“A primeira condição de nossa educacão é a discórdia”

Pierre-Joseph Proudhon

sábado, 13 de novembro de 2010

william godwin

QUARTA-FEIRA, 3 DE MARÇO DE 2010


William Godwin: 3 de março de 1976

Há exatos 254 anos nascia na inglaterra William Godwin.

Escritor, jornalista, filósofo político e novelista, é tido por muitos como muitos um dos mais importantes precursores do anarquismo. 

Entre suas obras destacam-se "Inquérito sobre a justiça política", em que condena a necessidade do governo, concebido como uma força corruptora que, embora na teoria se auto-declare como o defensor da justiça, na prática, ao concentrar o poder, se mostra como uma força corruptora e perpetuadora dos preconceitos, da ignorância e das injustiças socias. 

Além disso, Godwin critica a educação oficial pois ela impediria os "altos voos da imaginação"(1). Para saber mais sobre William Godwin consulte a   Wikipedia.

E leia abaixo uma tradução livre da primeira parte do livro:

"Inquérito sobre a justiça política"

Sumário de princípios

I.

O verdadeiro objeto da dissertação moral e política, é o prazer ou a felicidade.

A classe dos prazeres humanos primária, ou mais aparece mais cedo, é a dos sentidos externos.

Além disso, o homem é suscetível a certos prazeres secundários, como os prazeres do sentimento intelectual, os prazeres da simpatia e os prazeres da auto-aprovação.

Os prazeres secundários são provavelmente mais esquisitos que os primários:

Ou, ao menos,

O mais desejado estado do homem é aquele em que ele tem acesso a todas as fontes de prazer, e está em posse da felicidade mais variada e ininterrupta. Esse estado é o estado de uma civilização avançada.

II.

A mais desejável condição da espécie humana é um estado da sociedade.

A injustiça e a violência do homem em um estado da sociedade produziu a necessidade do governo.

Governo, foi forçado sobre a humanidade por seus próprios vícios, então tem sido comumente a criatura da sua ignorância e erro.

Governo pretendia suprimir a injustiça, mas ofereceu novas oportunidades e tentações para comissão da mesma.

Por concentrar a força da comunidade, dá oportunidade à projetos selvagens de calamidade, opressão, despotismo, gerra e conquista.

Ao perpetuar e agravar a desigualdade de bens, promove muitas paixões prejudiciais, e incita os homens à pratica do roubo e da fraude.

O governo tinha a intenção de suprimir a injustiça, mas seu efeito tem sido de incorporá-la e perpetuá-la.

III.

O objeto imediato do governo é a segurança.

O meio utilizado pelo governo é a restrição, uma síntese da liberdade individual.
Os prazeres da auto-aprovação, junto com o direito de cultivar todos nossos prazeres, requer independência individual.

Sem independência homens não podem nem ser sábio, útil ou feliz.

Conseqüentemente, o mais desejável estado humano é aquele que mantém a segurança geral, com o menor dano na independência individual.

IV.

O verdadeiro padrão de conduta de um homem para com o outro, é justiça.

Justiça é um princípio que se propõe produzir a maior soma de prazer e felicidade.

Justiça requer que eu deveria me colocar no lugar de um espectador imparcial dos interesses humanos, e me alienar do retrospecto de minhas predileções.

Justiça é um princípio de universalidade máxima, e prescreve um modo especifico de agir, em todos os assuntos que a felicidade dos seres humanos pode ser afetada.

V.

Dever é o modo de ação que constitui a melhor aplicação da capacidade do indivíduo para o benefício geral.

Direito é a garantia do indivíduo de sua parte do benefício decorrente da quitação de seus vizinhos decorrente de suas diversas funções. As garantias do indivíduo se devem ao seu esforço ou a paciência de seus vizinhos.

Os esforços dos homens na sociedade devem ser normalmente confiáveis como critério; sua renúncia em certos casos, deriva das necessidades mais urgentes, e é a esfera de ação direta da superintendência política, ou governo.

VI.

As ações voluntárias dos homens estão sob a direção de seus sentimentos.

Razão não é um princípio independente, e não tem a tendência de excitar-nos à ação; em uma vizão prática, é meramente a comparação e o balanceamento de diferentes sentimentos.

Razão, embora não possa nos excitar à ação, é calculada para regular nossa conduta, de acordo com o valor comparativo que atribui a diferentes excitações.

É a melhoria da razão, portanto, que devemos cuidar para a melhoria da nossa condição social.

VII.

A razão depende, para sua clareza e força, do cultivo do conhecimento.
A extensão do nosso progresso no cultivo do conhecimento é ilimitado.

Daí segue-se

1. Que as invenções humanas, e os modos de existência social, são sucetíveis a perpétua melhoria.

2. Que as instituições criadas para perpetuar qualquer modo particular de pensar, ou condicionar a existência, são perniciosas.

VIII.

Os prazeres do sentimento intelectual, e os prazeres da auto-aprovação, junto com o direito de cultivar todos os nossos prazeres, estão conectados com a solidez da compreensão.

A solidez de compreensão é incompatível com o preconceito: consequentemente, o mínimo de falsidades possível, especulativas ou práticas, devem ser praticadas entre os homens.

Solidez de compreensão está ligada à liberdade de investigação:

Como conseqüência, a opinião deve ir tão longe quanto a segurança pública admitir.

Solidez de compreensão está conectada com simplicidade de modos, e lazer para a cultura intelectual: 

conseqüentemente, uma distribuição da propriedade extremamente desigual é adversa a maioria dos desejáveis estados humanos.

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(1) Em: Carreri, Márcio Luiz. Agulha no palheiro: o anarquismo nos livros didáticos. 2008, EDUEL.

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