O Inimigo do Rei
Educação Mandatória
Outro assunto que despertava a fúria dos anarquistas enquanto agentes de mudanças sociais era a Educação.
Ai vai um trecho de um dos bons textos sobre aquele tema, apresentado na edição de número 21, em outubro de 1987:
"Boa parte das diferenciações sociais são produzidas por diferentes educações. Diferentes porque a instrução recebida pela classe operária, apesar de “gratuita”, é mantida pelo Estado, que a passa de acordo com os interesses da classe burguesa, já que esta se constitui no seu sustentáculo.
Isto vem reforçar a exigência de maior grau de escolaridade e/ou conhecimento para o exercício de certas atividades. Esse mecanismo funciona mais ou menos assim:
a classe dominante exige, para o desempenho de qualquer trabalho não-braçal, um certo nível de escolaridade, porém esta mesma classe não permite à maioria da população o acesso à escolaridade exigida, determinando que quem detém o saber, detém o poder.
TODA A INSTRUÇÃO PARA AS MASSAS
Esse sistema que ajuda na perpetuação da classe burguesa no poder só se romperá quando houver “toda a instrução para as massas”, ou seja, quando todos tiverem acesso ao mais “alto grau” de escolaridade.
Para que isso aconteça, é preciso que os benefícios e a compreensão da ciência estejam ao alcance de todos, afim de que todos possam exercer, tanto o trabalho manual, quanto o trabalho intelectual, possibilitando, assim, uma sociedade autogestionária, onde todos podem agir e pensar livremente.
Para reafirmar essa posição, terminamos o artigo com outra frase de Bakunin:
‘Devemos rejeitar e combater a ciência burguesa do mesmo modo que devemos rejeitar e combater a riqueza da burguesia. Combate-las e rejeita-las no sentido de, ao destruir a ordem social que delas faz patrimônio uma e outra classe social, as reivindicar como bem comum de todo mundo’."
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